domingo, 26 de setembro de 2010

Gestão educacional e Escolar

          A gestão educacional diz respeito a definição e a organização  feita pelo governo federal em relação a educação básica de nosso país. Esta ocorre através do regime de colaboração entre os entes federados, ou seja, as responsabilidades e as incumbências estão divididas da seguinte forma: 

        A oferta do ensino fundamental é responsabilidade compartilhada dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sendo o ensino médio uma atribuição específica dos Estados e do Distrito Federal e a educação infantil uma atribuição dos Municípios. 

          Desta forma, o que temos realmente é a descentralização da educação básica em sistemas de ensino, com  responsabilidades fragmentadas pelas unidades federadas, que por sua vez, possuem regimentos e deliberações individualizadas não havendo um Sistema Nacional de Educação comum a todos.

       Na gestão escolar o campo de ação é a escola, isto é, esta acontece em função de promover principalmente o ensino e a aprendizagem.

       A LDB de 1996 , é a primeira das leis de educação, a dar atenção particular à gestão escolar detalhando sua incumbência.

            Segundo a LDB:

           Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão as incumbências de :

I-Elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II-Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III-Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aulas estabelecidas;
IV-Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V-Prover meios para recuperação de alunos de menor rendimento;
VI-Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
VII-Informar os pais e os  responsáveis sobre a  frequência e o rendimentos dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica(LDB, Art. 12).

            A proposta pedagógica é a primeira e principal das atribuições da escola, necessitando sua gestão visar tal finalidade. Esta é a bússola da escola, definindo caminhos e rumos que uma determinada comunidade busca para si e para aqueles que se agregam em seu entorno.

             Segundo Tavares (2001) a gestão escolar necessita da participação de todos os profissionais para que seja sempre oferecida uma educação libertadora, como aquela sonhada por Freire. A comunidade escolar deve ser proativa e cidadã, e buscar, por meio de uma gestão integrada, a participação e o comprometimento de professores, funcionários, familiares e comunidade geral.



                Introduzir novas formas de gestão nas escolas, significa, também, mudar as pessoas que formam este ambiente, exigindo que os agentes que participam direta ou indiretamente, das atividades escolares, assumam uma nova postura diante do processo ensino-aprendizagem e da educação como um todo. É necessário que todos reavaliem suas atitudes, valores, comportamento e formas de perceber uns aos outros.

                   Ao se analisar a gestão escolar, como método de processo da direção e organização da escola, deve-se destacar o papel do diretor, como o agente integrador e articulador das ações propostas.

                (...) o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega aos membros da equipe escolar, conforme suas atribuições específicas, as responsabilidades decorrentes das decisões, acompanha o desenvolvimento das ações, presta contas e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente (LIBÂNIO, OLIVEIRA E TOSCHI, 2003, p.355).


                     Como boa prática de gestão damos o exemplo da Escola Municipal Itália em Rocha Miranda, 2º lugar no IDEB em relação as escolas municipais e 1ª colocada na 5ª Coordenadoria Regional de Educação - CRE. A diretora está a frente da unidade há mais de quinze anos, o que permitiu a transformação necessária para que aquela unidade antes tão problemática passasse a ser modelo de gestão entre as escolas da rede municipal. A seguir, postamos algumas fotos (conseguidas na página do TCMRJ) da Escola Municipal Itália, demonstrado o cuidado na manutenção e administração da unidade, efetuada por todos os agentes que compõem o universo da escola.


                          





                




informações retiradas do trabalho de monografia da aluna Viviane Motta de Santana

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola Pública.

                                                     Anísio Teixeira

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Professora é a segunda mãe; Professora fica no coração; Professora nossa amiga; Que sempre dá um jeito de dar uma mão. Se a vida é uma adição É a professora que nos ensina a somar; Se a vida é uma frase É professora que nos ensina a ler. Ser professora é SER A MÚSICA PARA OS OUVIDOS; Ser professora é SER O AMOR PARA A ALMA; Ser professora é LUTAR; Ser professora é BATALHAR; Ser professora é GRITAR; Ser professora é HONRAR; Ser professora é ERRAR; Ser professora é acima de tudo AMAR! Paulo Freire

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A visão dos alunos sobre a escola.

É PRECISO TER ATITUDE PARA MUDAR!

http://www.youtube.com/watch?v=-COtpsZkmgg

Informações interessantes sobre o AUTISMO.

           
Sobre o autismo existem várias definições, não existe uma unanimidade quanto a sua conceituação, porém já se pode considerar o autismo como uma doença grave, crônica, que compromete o desenvolvimento normal da criança e se manifesta até os três anos de idade. Caracteriza-se por lesar e diminuir o ritmo do desenvolvimento psiconeurológico, social e linguístico.
O autismo já foi estudado por muitos pesquisadores, passou por diversos conceitos e diferentes hipóteses da causa foram apresentadas. Dentro dos conceitos existentes afirmam-se a existência de uma variação de graus e extensão do comprometimento, podendo ter poucas ou até a totalidade das áreas de desenvolvimento afetadas, classificados assim do severo até o de alto nível.
Algumas características são marcantes em um indivíduo autista, como:
·        Comportamentos autoestimulatórios (balanço do corpo e agito das mãos);
·        Comportamentos auto lesivos ou autoagressivos (bater a cabeça contra o chão ou a parede);
·        Manipulação inadequada de objetos ou materiais (bater com o carrinho no chão em vez de fazê-lo andar);
·        Consumo de substâncias não-comestíveis (massa de modelar e ponta de lápis);
·        Acentuada hiper ou hipo atividade física;
·        Atenção seletiva inapropriada a determinados estímulos (observar por horas o girar do ventilador);
·        Respostas sensoriais exageradas a luz, barulho, sons e odores também são freqüentes;
·        Em alguns momentos, por não terem grande aceitação a limites e pela dificuldade de comunicação e linguagem, agem com comportamentos agressivos, destruindo objetos ou agredindo fisicamente outras pessoas;
·        Apego inapropriado a certos objetos;
·         Apresentam dificuldade em organizar, seqüenciar, integrar ideias, informações, estabelecer critérios, além de problemas com a generalização.
·        Mostram dificuldade na percepção do outro e na habilidade de compreender expressões faciais e corporais do próximo;
·        Não demonstram medo aos perigos reais;
·        Habilidades motoras e habilidades motoras finas desiguais


Informações retiradas do trabalho de monografia da aluna Déborah Pessanha Pereira

Precisamos repensar a Educação Inclusiva!!!

Educação Inclusiva
No dicionário Aurélio, Inclusão tem o seguinte significado: “Ação ou efeito de incluir. / Estado de uma coisa incluída.”
            Educação Inclusiva é poder atender aos estudantes portadores de necessidades especiais, propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes comuns, perceber que todas as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos diferentes, etc.
Para que essa inclusão ocorra de forma satisfatória a Instituição Escolar deve propiciar aos professores da classe comum um suporte técnico, levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação com as crianças portadoras de deficiência e propiciar um atendimento integrado ao professor de classe comum.
É importante lembrar que a inclusão não ocorre simplesmente levando as crianças às classes comuns sem o acompanhamento de um professor especializado, ignorando as necessidades específicas da criança. Cada criança, em sua faixa etária, tem seu tempo único e um processo individualizado de desenvolvimento.
O processo de inclusão se refere a um processo educacional que visa estender ao máximo a capacidade da criança portadora de deficiência na escola e na classe regular. Envolve fornecer o suporte de serviços da área de Educação Especial através dos seus profissionais. A inclusão é um processo constante que precisa ser continuamente revisto.

Você conhece a linda história da vida de Paulo Freire? Vale a pena conferir!

O Menino que amava as gentes
Era uma vez um menino gentil, nascido numa casa amarela; filho de pais amorosos, com eles aprendia o respeito, o carinho, a ternura e, sussurrado, o encanto das palavras. E falava, falava, adorava falar.
Falava com todos; gentes, flores, bichos, plantas, ventos, árvores, nuvens, céus. Não cansava de falar.
O menino gostava de sentar à sombra de uma árvore quase escondida, no fundo do quintal, uma velha mangueira, generosa de sombra e de proteção. Dela caíam pequenos gravetos que o menino colhia e guardava como grandes tesouros.
Um dia estava ele sentado embaixo da amiga mangueira e, de repente, sua mãe chegou e lhe disse: “Meu filho, vamos fazer uma mágica?”. O menino, curioso, bateu as mãos e respondeu animado “Vamos, mamãe!”. A mãe então pegou um graveto da bondosa mangueira, colocou-o na mãozinha do filho e, juntos, começaram a traçar pequenas linhas no chão. De repente, desses desenhos nasceu uma letrinha, depois duas e três, até formar a palavra “MAMÃE”. O encanto das palavras se transformou em realidade: o menino aprendeu a escrever!
E o menino crescia, crescia, e com ele o seu grande coração e a sua capacidade de amar.
Um dia, este amor esbarrou no amor de uma linda menina e, juntos, ganharam o mundo. E continuaram falando.
E neste caminho encontravam criaturas e com elas aprendiam ensinando. E ensinavam aprendendo.
O menino, agora crescido, sonhava que todas essas pessoas que andavam com ele pudessem um dia também, saborear a magia das palavras. E começou a falar em um tom de esperança, com voz de profeta, com olhos saudosos, com coração de aprendiz.
Mas, certa noite, uma triste canção de trovões quebrou este encanto: da sombra surgiram uns homens mascarados e roubaram-lhe o sonho, tentando calar o seu coração.
Porém, o amor que ele tinha espalhado começou a brotar, unindo-se em nuvem, carregando-o para longe, afastando-o da tempestade.
Muito andou esse nosso menino, agora crescido. Muitos conheceu, muitos amou. E continuava falando.
Estava ele apoiado na janela dos sonhos,  num país tão distante quando, um dia, um enorme arco-íris veio para levá-lo de volta à sua terra, molhado nas cores, guiado por elas, pelo caminho da esperança, de novo.
Corria pelos céus e com eles falava, e ninguém, nunca mais, ousou silenciar o seu coração, que falava, falava, as palavras do amor.
Os anos passaram, a barba do menino agora crescido tornara-se branca, comprida, cheirosa de vida e carregada de frutos, como a antiga mangueira dos tempos da infância.
E o coração dele andava engrossando, como mingau de neném, que alimenta os pequenos e torna-os fortes.
Pesado de amor, embebido de sonhos, um dia esse músculo vivendo quebrou-se, explodiu bem no meio, rompeu-se em mil pedacinhos, espalhou-se invadindo as casas das gentes do mundo, que o homem, agora eternamente menino, havia tanto amado.
Esta foi a história de PAULO FREIRE, o menino conectivo.

Trabalho realizado no 1º período do curso de Pedagogia, tendo como autoras: 
Amanda Rosadas C. Vieira
Carolina Las Heras
Déborah Pessanha Pereira
Fabiana Lyra de Mello
Isabel Cristina Noronha Bastos
Maria Caterina Puddu
Patrícia H. Villanova Junqueira Ferreira
Viviane Motta de Santana

Olha a gente aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! (by Isabel Coruja)


Pedagogos SIM!!!

Curriculo na escola

Planejar o currículo envolve a soma das experiências vivenciadas pela escola. Nesse planejamento deve-se levar em conta a realidade da escola e não apenas aos objetivos estabelecidos pelo município ou PCNs. Para contemplar as dimensões do currículo é necessário que a escola reflita:
·         Sobre o que considera sociedade e cidadão (dimensão filosófica);
·         A realidade social com a qual está lidando, para que possa atender ás necessidades do grupo, bem como trabalhar de forma dinâmica e atual (dimensão sócio-antropológica);
·         Sobre o desenvolvimento psicológico do aluno. “Como a criança aprende?” Nem todos possuem o mesmo “ritmo” de aprendizagem e como trabalhar com essa diversidade (dimensão psicológica).
Podemos concluir que o planejamento do currículo numa perspectiva mais ampla, deve ponderar a realidade na qual os alunos estão inseridos e adaptar (numa tentativa de atender às peculiaridades) as sugestões apresentadas pelo Conselho Estadual de Educação. Essas orientações, por sua vez, têm base nas diretrizes do Conselho Federal de Educação, que refletem a política educacional expressa na Constituição.
A participação na elaboração do currículo envolve todos aqueles que estão ligados à dinâmica do processo educativo, seja de forma direta ou indireta: diretor, supervisor pedagógico, orientador educacional e professores, envolvendo ações e situações constantes de interação entre professor e alunos e entre alunos e alunos.
  O educador precisa questionar o seu conceito de educação, aprendizagem e por sua vez, o que considera currículo. Ele deve preocupar-se também com o papel social da escola, onde o aluno não é um ser passivo e que deve apenas “assimilar” conteúdos impostos por uma educação bancária, autoritária e reprodutora dos interesses da classe dominante. Nessa visão, o currículo não deve ser encarado como a mera distribuição de disciplinas/matérias ou carga horária do trabalho escolar, mas sim como a vida escolar da criança, de seus pais e professor, além de todo o programa da escola, aliadas às atividades extraclasse. Além de trabalhar esse currículo explícito, a escola também é responsável por desenvolver o currículo oculto, no que diz respeito à transmissão de valores, normas e comportamentos.
A adoção de um currículo globalizador contribui para a auto-realização e motivação do aluno, por trabalhar diretamente com a sua realidade. Sentindo-se motivado, incentivado, respeitado e encontrando a relação entre a prática e o ensino escolar, o aluno aprenderá como exercer o seu papel como cidadão na construção de um futuro melhor.

 “Uma das condições fundamentais, é tornar possível o que parece não ser possível. A gente tem que lutar, para tornar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica: Redesenhar e reconstruir o mundo.” - Paulo Freire.
“Não existe uma coisa denominada neutralidade da educação: não há dúvida que a dimensão educativa é, por sua natureza, política.” – Paulo Freire

Você sabe o que é bullying?

O Bullying, segundo Felizardo (2007), é o conjunto de atitudes agressivas repetitivas, que não tem motivação aparente, perpretadas por um aluno ou grupo contra outro, causando sofrimento, angústia e dor. É toda a forma de violência através de atitudes agressivas e está presente em todas as escolas.
Embora sendo um fenômeno mundial, ocorrendo em toda e qualquer escola, começou apenas a ser estudado na Noruega, ainda sem maiores interesses por parte das instituições de ensino. Somente após o suicídio de vítimas que sofriam bullying, as escolas despertaram para a problemática, vindo a receber, na década de 1990, um reconhecimento maior nomeadamente devido aos casos de assassinatos ocorridos em escolas nos Estados Unidos, principalmente na escola de Columbine, Littleton, estado do Colorado.
No Brasil, entre os anos de 2002 e 2003, a ONG (Organização não-governamental) Abrapia – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência, começou a desenvolver no Rio de Janeiro, um projeto com o patrocínio da Petrobras, com 11 escolas públicas e particulares. O objetivo deste projeto é ensinar e debater com professores, pais e alunos formas de evitar que o bullying aconteça. Os meios de comunicação se interessaram e o assunto começou a chegar à população em geral.



Ler para que?

A leitura e a escrita têm funções sociais. Lemos o mundo, não apenas o que está nos livros.
Através da leitura e da escrita, nos comunicamos, além do espaço e do tempo, isto é, precisamos deixar escrito o que queremos falar, quando não estamos frente a frente com alguém; outra função importante da leitura e da escrita, é utilizá-las como suporte de memória, para registro de conhecimento ou para buscar informações que aprimorem nosso conhecimento; podemos usá-las apenas para organizar o pensamento ou mesmo como fonte de prazer,  de lazer. Enfim, “escrever é se posicionar por escrito no mundo” disse com muita propriedade nossa Prof. Márcia Leite, em nossa primeira aula sobre Alfabetização. Assim, como educadoras, precisamos despertar na criança, a vontade e a segurança de se posicionar nesse mundo.
Para um eficiente desenvolvimento psicológico infantil, é preciso destacar a importância da criança ter  uma auto imagem positiva, além de trabalhar com ela um convívio construtivo com as diferenças existentes no grupo ou sala de aula (etnia, classe  social ou sexo). Do ponto de vista cognitivo, a necessidade de realizar atividades  que as faça construir e desenvolver seu pensamento, na medida que agem, observam e relacionam os objetos do mundo físico, trocando informações entre elas e com os adultos que a rodeiam.
Destacamos também a importância de apresentar diferentes formas de representação verbal, pois quando desenvolvidas através de conversas, histórias, desenho, poesia, música, arte, etc, são essenciais para o desenvolvimento linguístico, ampliando a capacidade de representação das crianças e fornecendo-lhes sólida base para seu processo de construção da linguagem escrita.
Falamos no início da nossa reflexão sobre os estímulos que bombardeiam nossos sentidos.  Temos a visão estimulada, a audição também; os sentidos olfativos e gustativos estimulados nas gondolas de qualquer supermercado, até sapatinhos têm cheiro de tutifruiti!  Talvez o tato seja o menos estimulado, já que cada vez nos tocamos menos, por medo ou pressa.
Transcrevemos abaixo, um pequeno trecho de João Francisco Duarte Junior, que traduz tudo isso:
“O fato é que o exponencial desenvolvimento tecnológico a que estamos assistindo, vem fazendo acompanhar de profundas regressões nos planos social e cultural, com perceptível empobrecimento das formas sensíveis do ser humano se relacionar com a vida”.
Precisamos entender que nós educadores, inseridos nesse mesmo mundo tecnológico,  também passamos por esse processo. Assim, nossa atenção deve ser dobrada, pois o objetivo é exatamente incentivar o desenvolvimento dos alunos.
A arte é o melhor instrumento para estimular os sentidos, pois uma de suas funções é justamente nos instigar, remeter-nos a algum sentimento, fazer-nos pensar.
Exercícios de observação constante que trabalhem todos os sentidos, não apenas o olhar, mas escolher alguns momentos de calma para ouvir os sons do ambiente, a natureza, o céu, o sol, a chuva ou uma música de qualidade; uma bela paisagem,  imagens bonitas ou uma bela obra de arte; apreciar um bom prato, sentir os odores, o sabor, apreciar! Sentir o toque, o carinho, as texturas, enfim olhar tudo com calma, observando suas cores, o movimento e o sentimento que isso nos traz!
“A gente vê a partir de onde nossos pés pisam”.(LEONARDO BOFF)
Na construção da escrita, todas as áreas do conhecimento deverão ser trabalhadas, (ciências humanas, ciências exatas, etc) portanto a atenção no planejamento é o desafio de todo educador.
Ninguém melhor que Madalena Freire para nortear nossa reflexão.
Segundo ela, o ato de planejar é uma ação organizada, entretanto existem momentos em que a improvisação se faz necessária.
A riqueza do cotidiano numa turma de alfabetização, leva muitas vezes os educadores à outros caminhos; abre-se oportunidades interessantes em outras áreas do saber, fora do que foi pensado para aquele dia.
Para que este ato de improvisação seja produtivo, é preciso ter muito claro nossos objetivos com relação ao  planejamento; conhecer o que se planeja, “do conteúdo da matéria ao conteúdo do sujeito”. Só assim obteremos uma ação organizada, onde a improvisação irá contribuir para o enriquecimento do saber.
Como podemos conceber um planejamento diário, se lidamos com a “leitura” significativa de um grupo? Planejamos os conteúdos centrais, não necessariamente todas as atividades.
Na concepção democrática de educação, o ato de planejar não pode ser apenas produzir planos; é muito mais que isso, deve ser um processo ininterrupto e permanente, centrado na reflexão e no pensar da ação cotidiana, onde nossa observação atenta seja a ferramenta básica, portanto a importância de registrarmos toda nossa história, pois encima dela pautamos nossos atos.
Não podemos deixar de falar na avaliação, pois só assim iremos redimensionar nosso trabalho cotidiano.
Esse fundamental exercício da práxis, precisa acompanhar a vida de todo educador, que com muita humildade e profissionalismo, deverá rever sua prática diária, suas dificuldades, seu desempenho e o desempenho de seus alunos, repensar suas atitudes e rever suas técnicas.
Finalizamos nossa reflexão, abordando um pouco  o ambiente social e cultural em que a criança está inserida.
Os estudos antropológicos nos orientam a levarmos em conta o contexto de vida mais imediato da criança e as próprias características dos professores e da escola como instituição; ou seja, de forma muito ampla, devemos perceber a enorme diversidade existente entre todos os envolvidos: crianças, famílias, professores, serventes, coordenadores, etc e nortear essas relações por uma visão real e verdadeira de heterogeneidade, repleta de contradições, que caracterizam a sociedade e as escolas em geral.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Além das fronteiras das palavras

  
     É no ventre materno, que a criança tem o seu primeiro contato com a língua. Comprovado cientificamente, sabemos que mesmo no interior do útero de sua mãe, ela é capaz de ouvir e reconhecer vozes.
    Dentro de seu ambiente familiar, a criança constrói sua linguagem sendo capaz de se comunicar e fazer-se entendida.
   Em seus primeiros anos na escola, ela terá que aprender a falar e a escrever uma língua diferente da sua e de seus pais: trata-se da língua escolar, reconhecida como correta. Suas expressões, frases, pronúncias e etc, que não correspondem à norma da língua escolarizada, é permanentemente corrigida por um professor, na esperança de que gradativamente essa criança fale a língua exigida pela escola.
     Com medo de serem criticadas por falar “errado”, algumas crianças reduzirão seu palavreado e assim, com o vocabulário empobrecido, escreverão o mínimo possível para não se exporem. Desta forma, abandonam sua espontaneidade e suas vivencias.

     A identidade sentida pela criança entre sua linguagem e seu ‘eu’, faz com que toda intervenção, visando corrigir a sua linguagem, corra o risco de ser interpretada como sendo um julgamento de valor sobre sua pessoa.” (R. BERGER)

   O problema é mais grave do que se pensa, pois não alcança apenas a capacidade de expressão de uma criança. Sabemos que a língua que ela fala é um elemento fundamental da sua identidade pessoal e cultural. Qualquer tipo de crítica sofrida na escola irá desencorajá-la definitivamente a exprimir-se, comprometendo seu desempenho psicológico e cognitivo.
Para se chegar ao domínio da língua, é importante que criar um espaço onde a criança concretize sua linguagem. Uma prática que estimule o ‘falar’, o ‘ouvir’, para que ela mesma inicie um processo de seleção e avaliação lingüística onde gradualmente adquira domínio da língua padrão, construindo textos e usando corretamente a linguagem.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010



   A tarefa da educação é delicada porque supõe, em princípio, amor, desprendimento, doçura, firmeza, paciência e decisão.

                     "Condicionado sim, mas DETERMINADO NÃO!!!"
                                                   Paulo Freire