A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade de ensino nas etapas dos ensinos fundamental e médio da rede escolar pública brasileira que recebe os jovens e adultos que não completaram os anos da educação básica em idade apropriada por qualquer motivo ( entre os quais é freqüente a menção da necessidade de trabalho e participação na renda familiar desde a infância). No início dos anos 90, o segmento da EJA passou a incluir também as classes de alfabetização inicial.
O público do programa de educação de jovens e adultos é formado por um grupo homogêneo do ponto de vista sócio-econômico. Entretanto, do ponto de vista sócio-cultural, eles formam um grupo bastante heterogêneo. São trabalhadores (as) e (des) empregados, ou em busca do primeiro emprego, filhos, pais e mães moradores das periferias e favelas, e em sua maioria são negros e imigrantes de diferentes regiões do país. Existem os analfabetos absolutos, pessoas que nunca foram a escola, mas eles são minoria. A grande maioria é constituída por pessoas que já tiveram passagens fracassadas pela escola, entre elas, muitos adolescentes e jovens recém-excluídos do sistema regular de ensino. O EJA atende a pessoas acima de 15 anos de idade, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96.
Atualmente, o EJA esta ficando cada vez mais juvenil, no passado quando havia um contingente alto da população da zona rural chegando às cidades, essa modalidade teve a função de proporcionar o acesso à educação aos que nunca tiveram. Nos últimos 30 anos, prevalecem á função de aceleração de estudos para jovens com defasagem na relação idade/série. Na educação de jovens e adultos, há um público que foi fruto de processos de exclusão escolar: repetição, evasão, ingresso precoce no mundo do trabalho.
A entrada de jovens interferiu na EJA. Hoje há dois perfis, o adulto freqüentemente imigrante da zona rural, que tem uma representação da escola bastante tradicional. Embora tenha sido excluído, ele aspira fluir o direito a educação. O outro grupo é o de adolescentes. Eles são urbanos e tiveram acesso a uma escola, mas viveram experiências de exclusão. O primeiro grupo tem uma visão mais positiva da escola. O segundo tem uma visão negativa: contesta a autoridade do professor, não atribui um valor intrínseco ao conhecimento escolar e esta lá porque precisa do diploma.
No Brasil há mais de 35 milhões de pessoas maiores de catorze anos que não completaram quatro anos de escolaridade. Esse grande contingente constitui o público potencial dos programas de educação de jovens e adultos correspondentes ao primeiro segmento do ensino fundamental. Além dos 20 milhões identificados como analfabetos pelo censo de 1991, estão incluídas neste contingente, pessoa que dominam tão precariamente a leitura e a escrita que ficam impedidas de utilizar eficazmente essas habilidades para continuar aprendendo, para acessar informações essenciais e uma inserção eficiente e autônoma em muitas das dimensões que caracterizam as sociedades contemporâneas.
Para Paulo Freire “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. É a partir do reconhecimento do valor de suas experiências de vida e visões de mundo que cada jovem e adulto pode se apropriar das aprendizagens escolares de modo crítico e original, sempre da perspectiva de ampliar sua compreensão, seus meios de ação e interação com o mundo.

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